Seleção Brasileira dribla efeitos da altitude na Copa América

Monitoramento diário, cardápio estratégico e treinos intensos ajudam a Seleção a manter a performance Monitoramento diário e protocolos personalizados ...

Seleção Brasileira dribla efeitos da altitude na Copa América
Seleção Brasileira dribla efeitos da altitude na Copa América (Foto: Reprodução)

Monitoramento diário, cardápio estratégico e treinos intensos ajudam a Seleção a manter a performance

Monitoramento diário e protocolos personalizados

A Seleção Brasileira Feminina vem enfrentando um dos maiores desafios da Copa América 2025: a altitude de Quito, no Equador. A cidade, que está localizada a quase três mil metros acima do nível do mar, exige uma adaptação física e fisiológica das atletas. Para lidar com essas condições, o Núcleo de Saúde e Performance da CBF elaborou um plano minucioso, que engloba avaliações diárias, nutrição estratégica e treinos ajustados ao novo ambiente.

Logo nas primeiras horas do dia, o corpo médico realiza um acompanhamento completo da saúde das jogadoras. A médica Lygia Neder destaca a importância da termografia, análise de peso, saturação e frequência cardíaca como parte da rotina. Segundo ela, cada atleta responde de forma diferente à altitude, o que exige atenção individualizada. O foco principal é evitar a desidratação e queda de rendimento durante os treinos e jogos.

A preparação começou antes mesmo do embarque ao Equador. O fisiologista Ronaldo Kobal revelou que as atletas receberam equipamentos para treinar a musculatura respiratória desde a convocação. O objetivo foi minimizar os efeitos da altitude sobre a frequência respiratória e melhorar o aproveitamento do oxigênio no organismo. A suplementação de ferro também foi indicada como estratégia para turbinar o desempenho físico.

Treino antes do confronto contra a Bolívia. Foto: Lívia Villas Boas/CBF

Monitoramento diário e protocolos personalizados

Na área da nutrição, o trabalho foi voltado a combater a desidratação, uma das consequências mais comuns da altitude. A nutricionista Tiemi Saito organizou um cardápio com alimentos ricos em água e que ajudam na recuperação pós-treino. Segundo ela, o plano alimentar mantém os padrões de performance da equipe, mas com atenção redobrada ao equilíbrio hídrico das atletas.

Outro ponto considerado essencial foi respeitar a diversidade cultural do grupo. Como as jogadoras vêm de diferentes regiões do Brasil, os pratos oferecidos precisaram ser mais do que funcionais: tinham que agradar ao paladar. “A alimentação precisa ser prazerosa. Não adianta ser só uma obrigação. Trabalhamos junto com o chef para que isso funcione bem”, destacou Tiemi, demonstrando o cuidado com o bem-estar geral do elenco.

A preparação física também teve ajustes importantes. O preparador Marcelo Rossetti revelou que até a escolha da Granja Comary foi estratégica, permitindo simular parte das condições enfrentadas em Quito. Mesmo com mudanças no volume dos treinos para preservar as atletas, a intensidade dos trabalhos foi mantida, garantindo que o nível de exigência técnica e física não fosse comprometido.

Treinos intensos e controle de volume em Quito

Com essa abordagem multidisciplinar, a Seleção Brasileira busca neutralizar os efeitos da altitude e manter o alto desempenho dentro de campo. A estratégia mostra como o esporte de alto rendimento vai muito além do talento individual: é também ciência, planejamento e cuidado em cada detalhe.